Sou adepta da rotina. Até mesmo nas férias.
Tudo que faço desde a hora em que acordo, procuro planejar com antecedência.
Quando algo ou alguém atrapalha meus planos me sinto perdida.
Sou muito metódica. E isso as vezes atrapalha. Mas sei que muita gente conta com esse esquema de metodologia... Meu marido por exemplo. Praticamente conta comigo para planejar tudo e quando não dá certo sabe que, na minha cabeça , existe o plano B.
Minhas férias são também metódicas: um passeio, visita aos amigos, ida a todos os médicos, limpeza na carteira, agenda nova, novos planos...
A rotina de um ano velho, de anos que se passaram, se repete.
É como pegar aquela roupa surrada que a gente gosta e CUSTOMIZAR (último grito na moda e nos bolsos da gente): colocar um paetê, um bordado, uma rosa.
Como diz Elisa Lucinda " Parem de falar mal da rotina".
Termos da nova dramática (Parem de falar mal da rotina)
Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciada
de que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira:
não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
não pode repetir
É impossível!
O ser é outro
o dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:
chuva dia azul crepúsculo primavera lua cheia céu estrelado barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados paixões punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e quero
são nossas repetições sublimes
e não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peça
na trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:
gente-sujeito
vida-predicado
eis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas
aproximem-se!
é verão
é tesão!
O enredo
a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.
29 de outubro de 1997 (Elisa Lucinda)
http://www.escolalucinda.com.br/bau/termosdanovadramatica.htm
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