Voltar a escrever é para mim realmente um recomeço.
Desde que me conheço por gente, a escrita faz parte do meu cotididano.
Lembro-me que quanto ainda não sabia ler e escrever, minha mãe, pedagoga natural que é, lia historinhas infantis. E eu, metida como sempre, habitualmente discordava do final da mesma.
No princípio ditava os finais que imaginava, com o tempo, já alfabetizada, passei a escrever as minhas.
Hoje lendo minhas lembranças, entre poesias, cartas, bilhetes, livrinhos infantis (inventei até uma editora: editora da criança), vejo o quanto me refugiava nas linhas, nos cadernos amarelados, nas cores da Faber Castell.
Apesar do meu jeito extrovertido e alegre, coleguinhas proferiam palavras cortantes, frases que feriam minha pele, minha negritude, meu eu.
Fico pensando que poderia ter sido diferente, poderia ter respondido...
Acho que respondi sendo o que sou: mais extrovertida, mais alegre e forte.
Sei que minhas companheiras, as palavras, foram decisivas para o meu crescimento pessoal e intelectual.
Palavras que foram refúgios no quarto apertado na casa da minha mãe e esconderijos no diário com formato de coração são agora pontes no reencontro com minha infância, lembranças, saudades...
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